Para assistir – Uma selecão de filmes e vídeos que nos a ajudam a refletir sobre a questão racial dentro e fora do mundo da arte

Como já adiantamos no Salto #2, a nossa newsletter mensal, durante o mês de junho, todo o nosso conteúdo será voltado a dar visibilidade ao trabalho de mulheres artistas, profissionais da arte, coletivos e canais que fortalecem a discussão de raça e gênero.

Hoje trazemos aqui no blog uma lista de produções audiovisuais disponíveis online, que nos trazem reflexões e podem esclarecer mais alguns pontos sobre a questão racial e a importância do movimento antirracista dentro e fora do universo da arte.

A 13a Emenda, de Ava DuVernay (diretora também do longa Selma: uma luta pela igualdade), disponível na Netflix, é um documentário duro e necessário que nos ajuda a compreender as raízes do racismo estrutural nos Estados Unidos (podemos, é claro, relacionar com o que temos aqui no Brasil). Através desse documentário, DuVernay conecta pontos da história americana para mostrar como o racismo deu lugar ao trabalho prisional, depois à segregação e depois às políticas de encarceramento em massa que ocorrem até os dias de hoje, quando penitenciárias se tornaram negócios lucrativos no país.

Também na Netflix, é possível assistir a conversa entre Ava DuVernay e Oprah Winfrey sobre o filme:

Falando mais especificamente sobre arte, selecionamos quatro conteúdos disponíveis online que valem a pena o clique.

Esta semana, o MoMA apresentou uma sessão online com a artista americana Faith Ringgold, conhecida principalmente por seu impressionante trabalho American People Series #20: Die (1967), em exibição no MoMA. A sessão online é uma ótima oportunidade para ver diversos trabalhos da artista comentados por ela mesma.

Outro conteúdo muito interessante disponível no Youtube é a apresentação da artista e doutora Rosana Paulino no MASP Palestra sobre artistas negras brasileiras e seus desafios contemporâneos, passando por questões sobre como esta produção se insere no panorama visual da diáspora negra, como ela se relaciona com a produção de outros países e como essa produção se insere em um contexto revisionista das histórias hegemônicas, principalmente da história da arte.

Em sua apresentação, Rosana Paulino aponta para a urgência de que profissionais negros ocupem a curadoria, ou seja, lugares de poder no meio da arte. Essa colocação nos lembrou de uma conversa que estivemos presentes em 2019, no Talks SP-Arte com a curadora do Valongo Festival Internacional da Imagem, Diane Lima, e com antropólogos Hélio Menezes e Lilia Schwarcz, do time curatorial da mostra “Histórias afro-atlânticas” (Masp), sobre narrativas decoloniais na prática curatorial.

A websérie Nossa História Invisível, do Coletivo PUJANÇA é outro exemplo de conteúdos de qualidade acessíveis e disponíveis no Youtube. Para a segunda temporada, o coletivo convidou 5 artistas de São Paulo para falar sobre seus processos e inspirações na nova temporada da série: Rosana Paulino (artes visuais), Tao Nare (performer), Nayra Lays (cantora e compositora), Yamakasi Velvet Zion (dançarina) e Nayara Reis (stylist).

A primeira temporada da websérie tem 10 episódios, e também está disponível no canal do youtube do projeto e conta a história de 10 mulheres negras cujas vidas são marcadas por outros tipos de opressão além do racismo e do machismo. Abaixo deixamos o link para o primeiro episódio, de 2016, com a artista Rosa Luz:

Outra websérie muito relevante é a AFRONTA!, do canal TV Preta. Produzido pela Preta Portê Filmes e com direção de Juliana Vicente, a série de 26 episódios busca dar voz à juventude negra contemporânea. A cada episódio, uma personalidade conta sobre suas trajetórias, seus trabalhos, suas conquistas e opiniões.