Exposições


Dançando na Margem, Fábrica Bhering, Rio de Janeiro, 2023

Dançando na margem

Artistas
Arorá, Ayla Tavares, Camila Martins, Darks Miranda, Raphaela Melsohn e Vivian Cacuri

Ao final de seu texto “The Carrier Bag Theory of Fiction”, parte do livro Dancing at the Edge of the World (1989) – título traduzido livremente e adaptado para nomear essa exposição–, Ursula K. Le Guin nos conta que a ficção científica, por mais engraçada ou fantasiosa, é uma tentativa de descrever o que de fato está acontecendo numa determinada época, o que as pessoas realmente fazem e sentem, e de como elas se relacionam com o mundo.

As obras aqui reunidas estão informadas por reflexões sobre o agora, consequência do nosso passado e prenhe do nosso futuro e, várias delas, podem ser consideradas ficções descritivas da nossa realidade. Concebidos em sua maioria entre 2020 e 2023, ou seja, num período pandêmico ou pós-pandêmico, os trabalhos estão informados de um imaginário carregado de uma possibilidade de não-existência ou de um não-futuro.

Curadoria e texto: Paula Plee
Edição e revisão: Ana Roman
Produção: Victor Lacerda e Paula Plee
Montagem: Thiago Machado
Assistência geral: Matheus Almeida
Fotos: Rafael Salim


Entre tempos e carcaças, Espaço CAMA, São Paulo, 2022

Cavalo convida Piscina
Entre tempos e carcaças

À convite da Cavalo, a Piscina – plataforma que desde 2015 atua na pesquisa e divulgação do trabalho de mulheres artistas, apresenta Entre Tempos e Carcaças, sua primeira exposição em uma galeria, reunindo trabalhos de Arorá, Anália Moraes, Darks Miranda e Mika Takahashi. A mostra ocupa uma das salas do andar superior do Espaço CAMA, e abre ao público no dia 24 de setembro e segue em exibição até 31 de outubro. 

Artistas
Anália Moraes
Arorá
Darks Miranda
Mika Takahashi

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Fotos
Ana Pigosso


Piscina PARALELA, Fidalga 175 – Edição SP-Arte 2022

A primeira edição do PISCINA PARALELA, programa de eventos e ativações que ocorrerão paralelamente aos principais eventos de arte. Nesta primeira edição, paralela à SP-Arte 2022, a plataforma apresenta uma exposição coletiva no galpão Fidalga 175, marcando a inauguração do espaço experimental, que visa proporcionar articulações e encontros no contexto de retomada do circuito de arte contemporânea. A seleção dos trabalhos teve como ponto de partida um diálogo com o espaço construído e urbano como uma sobreposição de tempos.

Artistas
Tadáskía
Manu Costa Lima (em conjunto com Marília Scarabello na instalação Gangorra)
Marta Neves
Leka Mendes
Alice Shintani
Bianca Turner

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Curadoria e produção
Paula Plee, Ana Roman e Victor Lacerda

Educadora
Alice Yura

Montagem
Luiz 83

Fotos
Leka Mendes


Ocupação Piscina, Andar 43 – SP-Arte 2021

Por ocasião de sua participação no Viewing Room da SP-Arte, durante os dias 22 e 23 de outubro, a Piscina apresentou uma exposição pop-up no Andar 43, no edifício Mirante do Vale, localizado no centro histórico de São Paulo e de onde se tem uma vista impressionante da cidade.

A seleção de obras foi feita a partir dos projetos apresentados no Viewing Room da Piscina, que contou com 4 projetos curatoriais diferentes, um para cada dia da feira: Georamas da Memória, com curadoria de Ana Roman e Cecilia Vilela; Incônscios Gestos, com curadoria de Mônica Ventura; Diluição do Eu, com curadoria de Caroline Ricca Lee; e A Extinção do Silêncio, com curadoria da própria Piscina.

Como parte do projeto 'A selva nos escapa', o Andar43, está temporariamente tomado por plantas, configurando-se assim, em um espaço de exposição não convencional. Desse modo, a seleção de trabalhos apresentados buscou dialogar e adaptar-se às possibilidades do espaço.

Fotos: Erika Mayumi

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Ânima – CC.Espaço, São Paulo, 2019

Durante o Mergulhos da Piscina, que contou com encontros entre coletivos de artistas e curadoras, a Piscina apresentou Ânima ou alma, refere-se, na psicologia, a uma parte da psique que está em contato com o inconsciente e, na teoria junguiana, a ânima é o componente feminino presente na personalidade de todos os seres humanos. O termo aparece como ponto-chave articulador das poéticas das artistas mulheres contemporâneas reunidos na mostra. O que se vê é um mergulho profundo no feminino e, mais ainda, em uma relação com a natureza menos mediada por um processo de dominação da mesma. A leitura que fazemos dos trabalhos perpassa a ideia de alquimia e, ao que, de modo convencional, pode nos remeter à bruxaria.  

A alquimia consiste em uma série de ensinamentos práticos e teóricos voltados à transformação e ao aperfeiçoamento da matéria e voltados a uma incessante busca pelo elixir da vida. Já a bruxaria, termo que assumiu traços pejorativos ao longo da história, designa as práticas realizadas por mulheres conhecedoras das ervas e da natureza, e que, principalmente, possuíam autonomia sobre seus corpos. Tais mulheres foram perseguidas e condenadas durante a Idade Média e, atualmente a partir dos estudos de Silvia Federici, sabemos que estas foram incriminadas porque, de certa forma, representavam a resistência e perigo ao capitalismo que se organizava. A alquimia e a bruxaria são formas de apreensão do mundo e de suas dinâmicas que foram, por muito tempo, subjugadas em nome de um conhecimento universal, científico e masculino.

Revisitar tais formas de conhecimento se torna fundamental no contexto contemporâneo. Dentre as iniciativas que buscam conectar essas formas de conhecimento da alquimia com os estudos entendidos como científicos, destacam-se aquela de Carl Jung. O autor, entre os anos 1930 e 1940, deslocou os ensinamentos alquímicos para o campo da psicologia. Para ele, a sabedoria milenar dos alquimistas poderia ser um instrumento de compreensão e de comunicação para as manifestações do inconsciente coletivo na psique individual. Deste modo, todos os estágios psíquicos ligados ao processo de individuação poderiam ser vistos metaforicamente a partir dos estágios alquímicos. Ao abandonar suas crenças místicas, a sociedade contemporânea não encontra meios de explicar o mal presente no mundo e em si mesma, relegando-o ao inconsciente. Através da alquimia, o indivíduo é chamado a olhar para si mesmo, e consequentemente a confrontar-se com sua sombra, reconhecendo os aspectos sombrios de sua ânima e de sua persona.

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Artistas
Anaïs Karenin
Angela Od
Brisa Noronha
Camila Fontenele
Daniela Paoliello
Gabriella Garcia
Heloisa Hariadne
Fernanda Vallois
Vitória Cribb

Créditos das imagens: Vista da exposição Ânima, curadoria Piscina – Paula Plee e Ana Roman, realizada em 30 de novembro de 2019, no CC.Espaço, São Paulo-SP, Brasil – Foto: © Flagrante/Romullo Fontenelle. 


Há Algo Aqui – Galeria Recorte, São Paulo, 2017

O olho háptico, segundo Deleuze, é aquele que apreende sensações, que toca e é tocado. Lado a lado as obras das seis artistas aqui expostas trazem a inerente fragmentação das colagens e juntas, são possibilidades. Cabe ao observador, ao se deslocar pelo espaço, investigar o que há aqui. Entre o arrebatamento e o pensamento que organiza e dá sentido, HÁ ALGO AQUI escancara o fazer curatorial, como uma colagem e suas partes expostas. 

Paisagens, corpos, memórias e ausências são convites para adentrar o plano subjetivo além da objetividade palpável das obras em si. Aqui, o visitante pode se ver através da perspectiva das artistas, ora através de espelhos, ora por meio da vulnerabilidade de corpos nus, ou ainda por meio de paisagens retalhadas pelo tempo ou pelas mãos das artistas.

Durante o processo de criação, as artistas aqui expostas se constroem e através do gesto de fragmentar, reordenar partes, recriar paisagens e sobrepor imagens, se colocam em evidência e convidam o espectador a ser parte ativa desse processo de construção. Assim, as obras se tornam uma espécie de espelho lacaniano que não reflete a realidade, mas fragmentos de memória, produzindo uma qualidade escorregadia no olhar, que instiga a perceber o visível e o invisível, o presente e o ausente em cada trabalho. Olhar é tornar-se parte da história das coisas.

Através do percurso sem ordem pré-definida ou pré-determinada pelo espaço, o visitante tem a liberdade de criar sua própria narrativa e acolher aspectos particulares de cada obra para si, reconhecendo assim, através de si mesmo e em seus próprios termos, a potência presente em cada um dos trabalhos.

Ana Luiza Fortes, Nataly Callai e Paula Plee – Piscina

Artistas
Ana Hortides
Gabriella Garcia
Gabriela Sánchez
Juliana Coelho
Mariana Destro
Maíra Ishida

Fotos: © Flagrante/Romullo Fontenelle.